sábado, 9 de junho de 2012

Tudo o que eu criar para mim, vai me abraçar de novo, semana que vem!



Há dias em que presenciamos fatos que vão além daquilo que costumamos sentir e vivenciar em nosso ser, em nosso cotidiano, e nos fazem questionar cada vez mais o que realmente tem valor para a grande parte das pessoas deste pequeno mundo onde vivemos.
Tenho ampla noção e conhecimento de que vivemos em uma sociedade onde valores, valores humanos, estão cada vez mais escassos. E isto me entristece? Não, agora não mais. Posso dizer que o choque de alguns fatos, no momento em que ocorrem, causam alguns sentimentos de revolta, até raiva. E reagir da mesma forma muitas vezes é que o fazemos, instintivamente. Mas aprendi e ainda estou aprendendo que, a paz de espírito e a serenidade é a melhor reação a qualquer ação que nos insulte, nos ofenda, nos magoe.Passei a ver as coisas por outro lado e daí tirar força para simplesmente doar aquilo que se tem de melhor: alegria, amizade, amor, compaixão.
Tirei o dia hoje para me dedicar a algo que estava planejando há algum tempo e que por várias vezes adiei, por razões inúmeras, porém, posso garantir que a maior delas era a preguiça, falta de vontade e iniciativa, afinal, não iria "ganhar" nada de ninguém com a minha ação... Já tinha feito algumas vezes, mas confesso que foi para pagar algumas promessas que havia feito a alguns santos para me tirar de algum sufoco momentâneo, então, foram eventos louváveis, mas nada tão de coração puro como agora. Bom, ultimamente, digo ultimamente para os últimos 2 ou 3 meses, a vontade começou a aumentar e tornou-se uma necessidade, do meu "eu", do meu "ego" ou o que seja. Mas meu coração dizia que tería mais uma lição, um aprendizado para refletir a respeito da compaixão e de tudo aquilo que faz as pessoas sofrerem.
Não vou entrar em detalhes, só vou comentar o fato.
Estava entrando em um dos aposentos de um asilo e me comunicaram que uma das senhoras que estava lá completava 81 anos hoje. Me senti um tanto constrangida pois não havia levado nada de especial para ela, somente as mesmas meias quentinhas de lã que havia doado aos outros. E fui até pertinho da sua cama, ela estava sentadinha com um sorrizinho no canto da boca e disse:
- Quem é a geminiana que está de aniversário hoje?
Dona Tetê sorriu e gritou:
- Eeeeuuuu!!!
Na mesma hora lembrei que tinha ganho um terço de um amigo que está desesperado pois não vou mais a missa e não sigo mais a igreja, e perguntei a ela:
- Dooona Tetê!! Que honra estar aqui bem no seu dia!! Eu sou geminiana e garanto que somos as melhores pessoas deste planeta!! E os astros me dizem que a senhora é católica. Certo? E a senhora, vai a missa?
- Não vou, não ando mais fia!
- Mas a senhora reza?
- Todos os dias e todas as noites para Nossa Senhora do Rocio.
Coincidência ou não, o terço era de Nossa Senhora do Rocio e vinha junto com a oração. Entreguei a ela e disse que se Maomé não ia a montanha, a montanha ia até ele. Dona Tetê ficou feliz e seus olhos se encheram de lágrimas. E o meu também, mas segurei! E perguntei a ela:
- Dona Tetê, bonitona, o que vai fazer agora que chegou nos 81 anos, tem que festar, comemorar! tem uns velhinhos que dão um caldinho aqui, hein?
E a resposta veio lenta, cheia de pesar:
- Vou rezar e esperar que a morte chegue mais rápido.
Confesso que fiquei sem reação, aquelas palavras me atingiram no coração e a única coisa que pude fazer foi dar um abraço e um grande beijo nela e lhe desejar "Parabéns!".
Como alguém pode desejar que o seu fim aqui chegue rápido? Se este mundo é perfeito! Se a vida é bela, e sim, ela é!
Continuei minha visita não com a mesma empolgação que estava, mas a partir dali, comecei a receber os abraços e sorrisos de outra forma. Estava realmente vivendo aquilo tudo com o coração, vivendo o presente e me colocando no lugar de cada um. Cada um deles por trás do sorriso e do olhar de gratidão, guarda uma tristeza, um sofrimento pelo abandono e certamente por tudo o que os levou a esta situação. Não cabe a mim saber, julgar, questionar o que os levou até lá, porém, coube a mim naquele momento fazer aquilo o que meu coração mandava.
Respirei por várias vezes, e só conseguia pensar nas palavras "Luz e amor" quando os via e os tocava.
Me despedi sorrindo e brincando, pois de mim, além da minha compaixão, naquele momento era tudo o que eles poderiam ter. E prometi diante de alguns pedidos, principalmente de alguns velhinhos que me pediram em casamento, que retornaria sempre que pudesse.
Fui caminhando até minha casa e não conseguia pensar em nada, absolutamente nada! Um vazio imenso de pensamentos e um sentimento inexplicável e grandioso dentro de mim.
Entrei em casa e fui direto sentar-me em silêncio e assim os pensamentos começaram a surgir. Pensamentos de como nós somos responsáveis, totalmente responsáveis por toda e qualquer situação que nos encontramos, seja ela boa ou ruim. Que nossos atos geram consequência sempre. Que o que plantamos hoje, colheremos amanhã. Que muitas vezes vivemos de imagens, que colocamos máscaras como proteção para viver nesta sociedade e na verdade, não somos nada do que falamos, do que pregamos.
E que nos esquecemos por vários motivos, por apego ao passado, por ânsia pelo futuro, por intolerância, raiva e sentimentos mesquinhos, de perdoar e aceitar as diferenças e principalmente de viver a vida com simplicidade e com amor. E a consequência disso cai direto em nossas cabeças!
Mais uma vez garanto que coloquei mais uma lição na pastinha que carrego dentro de mim, e agradeço mais uma vez ao Universo por ter me dado mais uma chance de aprender.
Caminho em direção daquilo que acredito, do bem maior, do bem de todos aqueles que estão aqui neste planeta, de passagem, mas que estão aqui agora, e buscam, certamente, a felicidade.

Confio na Luz, Acredito no Caminho e Me Entrego ao Amor.


Nenhum comentário:

Postar um comentário